Resenha | Anne de Green Gables (vol. 1) – L.M. Montgomery
Publicado em 1908, “Anne de Green Gables” (Anne of Green Gables) é o primeiro livro da série de romances da autora L.M. Montgomery. Um clássico da literatura infantojuvenil, que inspirou a série da Netflix “Anne com E”. Você vai se encantar com a falante e perspicaz ruivinha Anne Shirley.
Sinopse: Anne é uma órfã que foi enviada por engano à fazenda de Green Gables, já que os irmãos Marilla e Matthew tinham a intenção de adotar um menino. Com pena da garota, resolveram mantê-la na fazenda. Com seus longos cabelos ruivos, olhos acinzentados e uma imaginação que lhe permitia viver fantasias, Anne traz reflexões e pensamentos pertinentes sobre os obstáculos e as escolhas da vida de qualquer pré-adolescente.
Título: Anne de Green Gables | Autor: Lucy Maud Montgomery | Editora: Ciranda Cultural – Texto integral traduzido do original em inglês (Ed. 2020) | Gênero: Romance / Ficção adolescente | Páginas: 336 páginas | Classificação: ⭐⭐⭐⭐⭐
Não é esplêndido pensar em todas as coisas que há por descobrir? Isso simplesmente me deixa feliz por estar viva... O mundo é interessante demais. e ele não seria tão interessante assim se já soubéssemos de tudo, não é mesmo? Não haveria nenhum escopo para a imaginação, haveria? |
Ambientado no fim do século XIX na cidade de Avonlea – Ilha do Príncipe Eduardo no Canadá, este primeiro livro da série “Anne de Green Gables" narra a trajetória de vida de Anne dos 11 aos 16 anos. A ruivinha órfã, tagarela de olhos ávidos que ao ser levada para adoção por engano a uma família de dois irmãos idosos, que esperavam por um menino, consegue encanta-los com sua vivacidade e fala penetrante. Neste primeiro título, iremos acompanhar Anne na fazenda Green Gables, sua convivência com a família adotiva, as amizades conquistadas, a primeira experiência em uma escola, as descobertas de uma pré-adolescente, nunca antes amada por alguém.
Anne vive imersa no mundo dos sonhos, sua maior e melhor distração é viver dentro de suas histórias inventivas, aliás, foi sua imaginação que gerou forças para suportar todas as dificuldades sem nunca perder as esperanças, antes de ser adotada pela família Cuthbert. Uma garotinha sardenta inconformada com a cor vermelha de seus cabelos, considerada feia pelas pessoas, fez com que sua mente sagaz habitasse em um universo peculiar que exalasse o doce cheiro da felicidade que gostaria de viver. E quando a felicidade bateu em sua porta, ela achara que continuava sonhando.
A família Cuthbert, formada pela racional Marilla e pelo retraído e gentil Matthew que logo de início se encantou por Anne e quis adota-la imediatamente, o que não aconteceu com sua irmã. No entanto, o tempo consegue formar um elo de amor entre as duas, uma relação linda de acompanhar. O livro é cheio de personagens, são dezenas de plots diferentes, com muitas aventuras desencadeada pela ruivinha de vocabulário extenso. Nunca antes tinha visto um personagem que fala incansavelmente por vários minutos, ou melhor, por mais de uma página numa única fala. Porém, essa é uma de suas características que nos encanta e diverte.
É de se considerar que por ser ambientado em outra época, os costumes e atitudes da sociedade eram patriarcais. A série da Netflix “Anne com E" possui alguns plots que não contém no livro, fez uma adaptação modernizando um pouco a história , colocando alguns personagens com atitudes bem a frente do seu tempo. Enfim, Anne de Green Gables é um livro apaixonante, a descrição do ambiente é minuciosa e nos absorve para vivenciar aquele cenário e sentir o cheirinho gostoso da natureza. Anne tem uma perspectiva positiva para todos os acontecimento trágicos de sua vida, sua essência é cativante, ela é um ser que emana luz por onde passa, sua simplicidade e alegria pelos pequenos momento da vida, nos instiga a vivermos intensamente todos os dias agradecidos. Embarque você também no universo de Anne Shirley a Anne com “E", garanto que vai se apaixonar pela ruivinha.
Citações
Não sei o que tem depois desta curva, mas vou crer que tem o que há de melhor. (p. 331) |
Mas estou falando demais? As pessoas sempre me dizem que sim. O senhor prefere que eu fique calada? se disser que sim, paro de falar. Eu até consigo parar se fizer um esforço mental, mas é difícil. (p. 22)
É um alívio falar quando se tem vontade, sem que alguém lhe diga que crianças devem ser vistas, e não ouvidas. já me disseram isso um milhão de vezes, e não apenas uma. E as pessoas riem de mim porque uso palavras rebuscadas. Mas, quando se tem ideias rebuscadas, é preciso usar palavras rebuscadas para expressá-las, não é mesmo? (p. 23)
E decerto não entendo por que você se descontrolou desse jeito só porque a Senhora Lynde disse que você era ruiva e feiosa. Você mesmo vive dizendo isso.
– Ah, Mas existe uma grande diferença entre dizer uma coisa você mesma e ouvi isso da boca dos outros. (p. 79)
Beleza sem virtude é rosa sem cheiro. (p. 87)
Tem algumas pessoas que você pode amar logo de saída, sem nenhum problema. E há outras, que você tem de se esforçar muito para amar... Mas você precisa ficar lembrando assim mesmo disso o tempo todo, ou você esquece. (p. 198)
Ela tem sido uma bênção para nós, e nunca houve mal-entendido tão bem-afortunado quanto àquele praticado pela Senhora Spencer – Se é que de fato se tratou de sorte mesmo. Não acho que tenha sido. foi a providência, pois o Todo-Poderoso percebeu que precisávamos dela, eu acho. (p. 301)
Sobre o Autor
Lucy Maud Montgomery, "Maud" para a família e amigos, foi uma escritora canadense, mais conhecida como L.M. Montgomery, autora de uma série de romances que teve início com Anne of Green Gables, publicado em 1908. Após sua publicação, Anne of Green Gables teve sucesso imediato.
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