Resenha | Orgulho e preconceito – Jane Austen
Um clássico da literatura inglesa, “Orgulho e preconceito”, da escritora Jane Austen é uma obra formidável. O romance que continua conquistando os leitores duzentos anos após sua primeira publicação em 1813. Dotado de bom humor, a obra possui grandes críticas socias, retratando a época vivida pela autora.
Sinopse: A história de Orgulho e Preconceito gira em torno das cinco irmãs Bennet, que viviam na área rural do interior da Inglaterra, no século XVIII. Aborda a questão da sucessão em uma família sem homens, dentro de uma sociedade patriarcal, onde o casamento era fundamental para as mulheres. Assim, quando um homem rico e solteiro se muda para os arredores, a vida pacata da família entra em ebulição.
Título: Orgulho e preconceito | Autora: Jane Austen | Editora: Principis (3ª Ed. 2020) | Gênero: Romance de Época | Páginas: 288 | Classificação: ⭐⭐⭐⭐⭐
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Com enredo memorável “Orgulho e preconceito” tem como foco a família Bennet formada pelos pais e cinco filhas (Jane, Elizabeth, Mary, Kitty e Lydia), moradores de uma propriedade simples na zona rural britânica. Vivendo numa sociedade patriarcal em que o principal meio de se obter um status social privilegiado era através do casamento. “Uma verdade mundialmente consagrada é a de que um homem solteiro, dono de uma grande fortuna, deve estar precisando se casar.” Com essa afirmação a autora inicia o livro.
O cerne da história são os personagens Elizabeth Bennet (Lizzy) e Fitzwilliam Darcy (Mr. Darcy). Lizzy, a segunda filha mais velha da família Bennet, é uma jovem sensata, de fala convicta, personalidade marcante e ideais revolucionários, questiona os costumes sociais impostos pela sociedade da época. Mr. Darcy , um jovem bonito e culto, a princípio, orgulhoso e desagradável, pertencente a alta sociedade, criado para ser indiferente aos de classe inferior a sua. Juntos os dois viverão o dilema da trama, um mix de amor e aversão, preconceito e atração, emoções totalmente dominadas pelo orgulho.
– Quem? E, voltando-se, olhou demoradamente, para Elizabeth, até que esta, devolvendo-lhe o olhar, o fez desviar o seu, e declarou com frieza: – É razoável, mas não o suficientemente bonita para me tentar... (p. 16)
Elizabeth e Darcy (Cena do filme) |
– Em vão tenho lutado, mas de nada serve. Meus sentimentos não podem ser reprimidos, e permita-me dizer-lhe que a admiro e a amo ardentemente. (p.144)
Acaso esperava que me regozijar pela inferioridade dos seus parentes? Ou que me alegrasse coma esperança de me relacionar com pessoas de condições tão decididamente inferior a minha? (p. 147)
Por ter vivido na mesma época em que se passa a história, Jane Austen, faz uma narrativa minuciosa das tradições da época, com críticas sociais aos costumes hierárquicos e a inferiorização das mulheres, que eram criadas para casar e ter filhos e, se quer, tinha direito a herança, que era passada para o parente homem mais próximo. Uma obra rica em detalhes verossímeis da sociedade em que vivia a autora. Com pitadas de humor a obra é tão envolvente que a leitura flui naturalmente. Um romance extremamente envolvente que cativou sem abordar um único beijo no decorrer da trama.
Orgulho e preconceito é um romance de época fascinante, a escrita de Austen é esplêndida, a história é emocionante, os temas abordados, infelizmente ainda atuais, são relevantes e reflexivos. O livro tem várias edições, além de algumas adaptações para o cinema. Um clássico excepcional!
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