Resenha | Emma – Jane Austen

 

Publicado pela primeira vez em 1815, Emma – como a própria Jane Austen ressalta – “uma de suas heroínas que ninguém, além dela, iria gostar muito”. Realmente, como previsto pela autora, Emma Woodhouse não cativa, porém a genialidade com a qual Austen escreve é inegável, a forma realista em que destaca as personalidades dos personagens é memorável.

Sinopse: Emma é uma jovem bonita e rica que mora em uma vila perto de Londres em companhia de seu pai, e faz questão de deixar claro que será solteira para sempre. Depois que sua governanta e confidente se casa, sua vida torna-se mais enfadonha, então se diverte manipulando os destinos dos jovens que a cercam, para formar pares da maneira que lhe convém. Quando sua habilidade como casamenteira se revela desastrosa, ela terá de rever seus critérios. E quando menos espera surge um amor.

Título: Emma | Autora: Jane Austen |Editora: Principis (1ª Ed. 2020) | Gênero: Romance Clássico | Páginas: 356 | Classificação: ⭐⭐⭐ ⭐

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• Orgulho e preconceito 
• Persuasão 
• Razão e sensibilidade
• A abadia de Northanger 

Emma é a caçula de duas irmãs, “uma jovem bonita, inteligente e rica, porém, com uma elevada estima de si mesmo”. Com sua irmã casada, mora apenas com o pai na vila inglesa Highbury, um viúvo carente e muito apegado a filha. Diferentemente, das mulheres da época que tinha como principal meta obter um bom casamento, Emma estava decidida a jamais se casar, mas intitulava-se completamente apta a arranjar um bom casamento para seus amigos. Todavia, suas investidas persuasivas em juntar casais são fundamentadas em ideais preconceituosos e não no amor. É uma personagem peculiar, muito diferente das heroínas que estamos acostumados a ver em outro livros da autora, ela é orgulhosa e frívola.

Aliás, a personagem "Cher" do filme "As patricinhas de Beverly Hills" foi inspirado em Emma.

Existem pessoas que quanto mais você faz por elas, menos elas fazem por si mesmas. (p. 72)

Mas, como toda boa obra, tinha que ter um personagem sensato e cativante. Neste caso, o encanto ficou para o melhor amigo de Emma, Sr. Knightley, o único que, mesmo a admirando, era capaz de expor suas opiniões contrárias a dela, além de aplicar-lhe sermões sempre que necessário, porém sempre com simplicidade e gentileza. 

Quando a vaidade trabalha em uma mente fraca produz todo tipo de danos. (p. 51)

O que impressiona mesmo no livro, não é a história, mas a agilidade que a autora tem em fazer com que um mesmo personagem seja analisado de forma diferente pelos demais, cativante para uns, antipático para outros, e sempre de maneira bastante contundente, foi o que deixou a trama mais interessante. Pois, o enredo é bem arrastado, são vários plots parecidos, sem nenhum acontecimento emocionante. O livro poderia ser reduzido pela metade, sem problemas. 

Emma é um livro que possui muitas divisões de opiniões entre os leitores, exatamente, pelo fato de a maior parte do livro tratar de assuntos corriqueiros que se alongam demasiadamente. O que também é compreensível por ser uma sátira aos costumes da época em que a autora viveu, tendo como característica principal a crítica social. Recomendo o livro pela escrita da autora que, sem dúvida, é um ícone, quanto a história não é empolgante.

A edição que li foi o Box da editora Principis, as capas são lindas. O livro tem orelhas e as folhas são amareladas. No entanto, a diagramação é quase sem margem e os capítulos não são bem divididos. Contudo, não vejo problema nestes detalhes, pelo valor do custo-benefício, no entanto, no livro Emma, a revisão deixou a desejar o que é desconfortável. Mas, no geral, o box é uma ótima opção de compra.