Resenha | Anne de Igleside (Anne de Green Gables #6) – Lucy Maud Montgomery

 

“Anne de Igleside” é o sexto livro da série Anne de Green Gables, publicado pela primeira vez em 1939. Essa continuação narra a vida de Anne dos 34 aos 40 anos. O foco da história é a rotina da família de Anne e Gilbert em Igleside, local onde foram morar depois que se mudaram da casa dos sonhos. Vamos acompanhar a vida do casal e de seus filhos e o relacionamento de ambos na comunidade em que vivem. 

Sinopse: Em Ingleside, a vida é bem agitada, cheia de descobertas dos cinco filhos de Anne. Com um sexto a caminho, ela não poderia estar mais assoberbada, até que a inconveniente tia Mary Maria faz uma inoportuna visita. Gilbert está sempre ocupado com o trabalho e Anne atarefada com os filhos, o que a leva a pensar que o amor do marido esfriou. Mas Anne está disposta a reacender o amor que existe entre eles desde a infância.

Título: Anne de Igleside | Autor: Lucy Maud Montgomery | Editora: Ciranda Cultural (1ª Ed. 2020) | Páginas: 336 | Gênero: Ficção,  Infantojuvenil | Idade da leitura:  a partir de 9 anos | Classificação: ⭐ ⭐ ⭐ ⭐ 

Confira as resenhas dos livros da série:

• Anne de Green Gables  
• Anne de Avonlea
• Anne da Ilha
• Anne de windy Polpars
• Anne e a casa dos sonhos

Esse é o último livro com enfoque na dramática e sonhadora Anne, que continua tão simples e meiga como no primeiro volume. Os próximos livros serão focados em seus descendentes. No entanto, nesse livro, as crianças protagonizaram uma parte considerável da história. Alguns capítulos tratam, especificamente, de alguns deles.

Decorrem-se seis anos entre o início e o fim do livro. A vida de Anne gira em torno de seus seis filhos: James Blythe Jr., Walter Blythe Jr., Anne Blythe, Diana Meredith, Gilbert Ford e Rilla Ford. Todos receberam nomes em homenagem a parentes e amigos. Ao lado de Gilbert, a adorável ruivinha formou uma linda família.

– Mamãe –  disse Walter, quando a porta se fechou atrás da agradecida Susan –, eu acho que nós somos uma família muito bonita, você não acha?

Em relação à Anne, a história irá narrar seu amor incondicional pelas crianças, demonstrando a mãe zelosa e amorosa que se tornou. Também ressalta a dedicação como dona de casa e esposa, bem como as dúvidas e medos que surgiram em seu casamento com o passar dos anos. Já as crianças, tem suas próprias aventuras destacadas, se metem em muita confusão. O interessante é que mesmo quando fazem travessuras, são conduzidas ao arrependimento, confessando seus erros à mãe, que tem sempre um conselho valioso para cada um.

Contudo, a história evidencia mais as crianças do que Anne e como todos os outros livros da autora, está repleto de trechos inspiradores e lições valiosas. Alguns temas interessantes abordados são: as falsas amizades, usar o nome de Deus em vão, fazer orações com promessas infundadas e as mudanças que ocorrem na vida.

Alegrias e tristezas, esperanças e medos, e mudanças. Sempre as mudanças! Não era possível evitá-las. Precisava permitir que o velho partisse e precisava levar o novo no coração; aprender a amá-lo e logo deixá-lo partir, quando chegasse a vez. A primavera, adorável como era, devia render-se ao verão, e o verão devia perder-se para o outono. O nascimento, o casamento e a morte.

Vale a pena ler “Anne de Igleside”? Definitivamente sim. Não apenas este, mas toda a série. Os livros de L. M. Montgomery tem uma narrativa simples, a leitura flui facilmente. Porém, por se tratar de uma literatura clássica, centrado no ambiente familiar da época, os acontecimentos se passam mais lentamente, e não há reviravoltas na história, por isso, alguns leitores acham a leitura cansativa. Contudo, vale a pena ler e acompanhar a linda história de Anne.

Assim, em “Anne de Igleside”, nos despedimos da querida Anne como protagonista da história, que agora cede lugar a seus filhos. Um ciclo natural da vida, contado de forma magnífica pela autora.