O que significam as visões de Zacarias?
 

O profeta Zacarias, é o autor do livro que leva seu nome, escrito entre 520–518 a. C., sendo um dos dois maiores livros dos Profetas Menores do Antigo Testamento. Cheio de simbolismo, é do tipo literatura apocalíptica, o livro é difícil de ser compreendido, devido às inúmeras figuras de linguagem que possui. 


Contudo, a mensagem de Zacarias é de grande relevância, devendo ser meticulosamente estudada, inclusive alguns dos escritores do Novo Testamento citam suas mensagens, é um livro merecedor extensa atenção. 


As oito visões compõem a primeira parte do livro: as três primeiras visões — os cavaleiros, os quatro chifres/ferreiros e o homem com a corda de medir — apresentam o início da preparação da restauração messiânica; a quarta e quinta visões — traz a conquista de Josué e o candelabro de ouro entre duas oliveiras referindo-se ao governo da nova comunidade; as três últimas visões — o rolo, a mulher dentro de um cesto e os carros de guerra, retratam sobre o cenário da restauração final.

Assim, falaremos brevemente sobre os significados das oito visões do profeta Zacarias:

Acesse também a lição infantil - profeta Zacarias: o reinado do Messias


Primeira visão: os cavalos (Zacarias 1:8-17) 

Olhei de noite, e vi um homem montado num cavalo vermelho, e ele estava parado entre as murtas que se achavam no vale; e atrás dele estavam cavalos vermelhos, baios e brancos. (Zc 1:8)

Esse homem, provavelmente, era o “anjo do Senhor”. A visão refere-se ao zelo do Senhor por seu povo e de como ele será misericordioso com Jerusalém. Deus é todo amor e compaixão, por isso, ele é cuidadoso. Mesmo sabendo que somos pecadores ele está sempre disposto a cuidar do seu povo.



Segunda visão: chifres e ferreiros (Zacarias 1: 18-21) 

Levantei os meus olhos, e olhei, e eis quatro chifres. [...] O Senhor mostrou-me também quatro ferreiros. (Zc 1:18,20)

Os chifres representam, metaforicamente, força e poder. Os animais que possuem chifres, usam-no tanto para se defender quanto para atacar seu oponente. Nesse contexto, eles representam as grandes nações que espalharam o povo de Judá pelo mundo, são potências que tentam frustrar os planos do Senhor.

Quanto aos quatro ferreiros, podem representar as nações usadas por Deus para destruir as grandes potências (chifres).



Terceira visão: o homem com a corda de medir (Zacarias 2)

Tornei a levantar os meus olhos, e olhei, e eis um homem que tinha na mão um cordel de medir. (Zc 2:1)

A corda para medir Jerusalém, porém, grande era a multidão de habitantes, por isso, não tinha muros, portanto não podia ser medida e, por não ser cercada ficaria indefesa. Mas, Deus é o muro de fogo que a protege. Essa visão trata da restauração, do cuidado e proteção do Senhor para com seu povo.



Quarta visão: o sumo sacerdote Josué (Zacarias: 3) 

Ele me mostrou o sumo sacerdote Josué, o qual estava diante do anjo do Senhor, e Satanás estava à sua mão direita, para se lhe opor. (Zc 3:1)

Josué era o sumo sacerdote da comunidade que intercedia pelo povo. Ele era digno aos olhos de Deus, apesar das acusações de Satanás. Essa visão fala de como Judá vencerá Satanás e será purificada (vestes limpas) de seus pecados (vestes sujas) pelo “Renovo” (Jesus).



Quinta visão: o candelabro de ouro entre duas oliveiras (Zacarias 4) 

Que vês? Respondi: Olho, e eis um castiçal todo de ouro, e um vaso de azeite em cima, com sete lâmpadas, e há sete canudos que se unem às lâmpadas que estão em cima dele; e junto a ele há duas oliveiras, uma à direita do vaso de azeite, e outra à sua esquerda. (Zc 4:2-3)

O candelabro do tabernáculo deveria ser cuidado durante a noite até a manhã, pelo sacerdote, sua luz ficava acesa continuamente (Ex 27:20-21). O candelabro de Zacarias, não precisava ser vigiado por um sacerdote, no entanto, sua luz era contínua. Os candelabros eram abastecidos com azeite de oliva, que simboliza a unção pelo Espírito Santo. No Antigo Testamento os escolhidos de Deus eram ungidos com esse óleo. 

Zorobabel e Josué são os dois ungidos através do qual o Espírito Santo (o azeite), dará ao povo coragem (luz) para a reconstrução do templo.



Sexta visão: o rolo que voava (Zacarias 5:1-4) 

Tornei a levantar os meus olhos, e olhei, e eis um rolo voante. Perguntou-me o anjo: Que vês? Eu respondi: Vejo um rolo voante, que tem vinte côvados de comprido e dez côvados de largo. (Zc 5:1-2)

No Antigo Testamento o rolo (pergaminho), dentre algumas de suas utilidades, também era usado para fazer cópias dos livros da Bíblia. Na visão de Zacarias esse pergaminho era extenso, referenciando-o com a Lei da Aliança e ao juízo de Deus e nos ensina que as pessoas praticantes da maldade serão punidas.



Sétima visão: a mulher dentro de um cesto (Zacarias 5:5- 11) 

Eu perguntei: Que é isto? Respondeu ele: Isto é uma efa que sai. E disse mais: Esta é a iniquidade em toda a terra. E eis que foi levantada a tampa de chumbo, e uma mulher estava sentada no meio da efa. (Zc 5:6-7)


A palavra “mulher” (impiedade) é apenas uma simbologia, da mesma forma que se usa “homem” para referir-se a humanidade, “noiva” para se referir a igreja de Cristo. Pois, tanto mulheres quanto homens são pecadores. A cegonha foi figuramente utilizada por ser capaz de viajar longas distâncias, devido ser um pássaro migratório, assim, a impiedade seria levada para longe “a terra de Sinar” (Babilônia), local apropriado para morada da impiedade, pois é o lado oposto a Terra prometida. A visão nos ensina que o pecado será removido do meio do povo.



Oitava visão: os quatro carros de  guerra (Zacarias 6:1-8) 

De novo levantei os meus olhos, e olhei, e eis quatro carros que saíam dentre dois montes, e estes montes eram montes de bronze. No primeiro carro eram cavalos vermelhos, no segundo carro cavalos pretos, no terceiro carro cavalos brancos, e no quarto carro cavalos baios com malhas. (Zc 6:1-3)

Guerra significa juízo e poder, os carros vieram dos montes. Deus é o guerreiro que habita nos montes (Sl 48:1-3). Os carros virão da morada celestial. A coroação do sacerdote representa a promessa futura do reinado do “Renovo” (Jesus). A visão nos ensina que da mesma forma que Deus cumpriu a promessa de reconstruir o templo, ele continuará sendo fiel e cumprirá a promessa de nos enviar o Renovo.


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